É isto que não perdoo.
Uma conversa de ocasião sobre o regresso de Sócrates, do outro lado um amigo, bancário.
-Acho incrível que ele tenha o descaramento de voltar à politica depois de tudo o que fez, ainda por cima à RTP , pago pelos nossos impostos.
-Oh pá , olha que parece que ele não vai receber nada. E mesmo que fosse...
Já agora és capaz de me dizer uma das coisas que ele fez para ter vergonha na cara?
Não serve o " lixou isto tudo", sabes bem que muitos países europeus estão em crise e a culpa não pode ser dele. Ou pode?
Portanto, diz lá uma das coisas que, no teu entender, ele fez e de que deva ter vergonha, ao ponto de se esconder.
-Bom, assim de repente...
Bem se vê que o meu amigo tenta desesperadamente recordar uma das muitas frases do Medina ou do Crespo mas nada . Deu-lhe uma branca.
Ou melhor, nem foi branca, não se recordou de nada porque nada ouviu em concreto; nem mesmo os especiais Camilo e Gomes Ferreira são capazes de ir além de generalidades, quando criticam Sócrates.
Ainda não foi desta que ouvi algo que me convencesse de que o homem deu mesmo cabo disto tudo e que, a partir de 2008, o que foi feito assim, deveria ter sido feito assado.
Aquele amigo, aquele cidadão, aquele eleitor, tem a cabeça feita pelas patranhas produzidas por dezenas de jornalistas e comentadores e nunca ouviu, nem ouvirá, o actual ésse-geral dizer seja o que for em defesa de Sócrates.
Tal como jamais assistirá ao combate socialista contra a grande falácia, a que começou com o falso desvio colossal, discutido no 1º conselho de ministros, depois das eleições. A essa invenção seguiu-se um primeiro enorme e irritante silêncio de Seguro. Que nunca seria quebrado.
Ou seja, a estratégia da direita em responsabilizar Sócrates pela crise, resultou em pleno, foi eficaz, entranhou-se nas pessoas.
Isso não seria tanto assim se o PS tivesse, desde o principio, defendido e esclarecido.
Mas não, preferiram alinhar com a direita, num cobarde embatucar.
E isto não lhes perdoo.
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